O Messias (Jesus, o Cristo): Revelações Proféticas no Antigo Testamento
Voltamos nossos olhos para as profundezas das Escrituras, especialmente para os Salmos e outras profecias do Antigo Testamento, que séculos antes da vinda de Jesus já revelavam aspectos cruciais da identidade e da missão do Messias, o Cristo prometido. Ao contemplarmos estas palavras inspiradas, vemos a mão de Deus tecendo a história da redenção, culminando na gloriosa pessoa de nosso Senhor Jesus. Que o Espírito Santo ilumine nossos corações enquanto exploramos estas facetas do Messias.
Sua Humanidade (Salmos 8:4-5; Hebreus 2:6-8): O Filho do Homem
• Salmos 8:4-5: "Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos e o coroaste de glória e de honra." Este salmo, embora inicialmente se refira à dignidade da humanidade criada por Deus, aponta profeticamente para a plena humanidade do Messias. Jesus, o Filho de Deus, se fez Filho do Homem, compartilhando nossa natureza humana em tudo, exceto no pecado.
• Hebreus 2:6-8: O autor de Hebreus aplica diretamente estes versículos a Jesus, mostrando que, embora brevemente feito menor que os anjos ao assumir a forma humana e experimentar a morte, Ele foi coroado de glória e honra, e todas as coisas foram sujeitas a Ele. A encarnação de Jesus, sua plena humanidade, era essencial para que pudesse se identificar conosco e ser o nosso representante perfeito.
Sua Filiação (Salmos 2:7; 110:1; Mateus 22:42-45; Hebreus 1:5): O Filho Amado
• Salmos 2:7: "Proclamarei o decreto: O Senhor me disse: ‘Tu és meu Filho; eu hoje te gerei’." Este salmo messiânico declara a filiação divina do Messias. Embora a realeza terrena de Davi seja um prenúncio, a verdadeira filiação se cumpre em Jesus, o Filho eterno de Deus, ungido como Rei sobre toda a criação.
• Salmos 110:1: "Disse o Senhor ao meu Senhor: ‘Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés’." Davi chama o Messias de seu "Senhor", reconhecendo sua superioridade e sua posição exaltada à direita de Deus.
• Mateus 22:42-45: Jesus usa este salmo para confundir os fariseus, mostrando que o Messias é tanto filho de Davi em sua linhagem humana quanto Senhor de Davi em sua natureza divina.
• Hebreus 1:5: O autor de Hebreus cita Salmos 2:7 para demonstrar a superioridade de Jesus sobre os anjos, enfatizando sua filiação única e divina.
Sua Divindade (Salmos 45:6, 11; Hebreus 1:8): Deus Conosco
• Salmos 45:6, 11: "O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de justiça... Inclina os teus ouvidos, ó filha, e olha; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então o Rei se agradará da tua formosura; pois ele é o teu Senhor; adora-o." Este salmo real, ao se referir ao rei, usa a expressão "ó Deus", apontando para a divindade do Messias, que é digno de adoração.
• Hebreus 1:8: O autor de Hebreus aplica diretamente Salmos 45:6 a Jesus, declarando: "Mas, acerca do Filho, diz: ‘O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino’." A divindade de Jesus é inegável, sendo chamado de Deus pelo próprio Deus.
Sua Santidade (Salmos 45:7; 89:18-19; Hebreus 1:9): O Santo de Deus
• Salmos 45:7: "Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." A unção especial do Messias está ligada à sua perfeita justiça e santidade, amando o bem e odiando o mal.
• Salmos 89:18-19: "Pois o Senhor é o nosso escudo; o Santo de Israel é o nosso rei. Outrora falaste em visão ao teu santo e disseste: ‘Dei força a um guerreiro; exaltei um escolhido dentre o povo’." O Messias é chamado de "o Santo de Israel", destacando sua pureza e consagração a Deus.
• Hebreus 1:9: Citando Salmos 45:7, o autor de Hebreus enfatiza a santidade de Jesus como a razão de sua exaltação acima de seus companheiros.
Seu Sacerdócio (Salmos 110:4; Hebreus 5:6): Sacerdote para Sempre
• Salmos 110:4: "O Senhor jurou e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque’." Este salmo profetiza um sacerdócio único para o Messias, não segundo a ordem levítica, mas segundo a ordem superior de Melquisedeque, um sacerdócio eterno e superior.
• Hebreus 5:6: O autor de Hebreus aplica este versículo a Jesus, mostrando que seu sacerdócio é eterno e superior, baseado não em linhagem terrena, mas no poder de uma vida indestrutível.
Sua Obediência (Salmos 40:6-8; Hebreus 10:5-7): Fazendo a Vontade do Pai
• Salmos 40:6-8: "Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e oferta pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis-me aqui; no rolo do livro está escrito a meu respeito: Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; a tua lei está dentro do meu coração." Este salmo expressa a disposição do Messias em obedecer à vontade de Deus acima de sacrifícios rituais.
• Hebreus 10:5-7: O autor de Hebreus aplica estas palavras a Jesus, mostrando que, ao vir ao mundo, Ele se ofereceu em perfeita obediência para fazer a vontade do Pai, oferecendo seu próprio corpo como um sacrifício perfeito.
Seu Sofrimento (Salmos 69:9; Romanos 15:3): O Servo Sofredor
• Salmos 69:9: "Pois o zelo da tua casa me consumiu, e os insultos dos que te ultrajavam caíram sobre mim." Este salmo, que descreve o sofrimento do justo, aponta para o zelo de Cristo pela casa de Deus e para os insultos que Ele suportou por causa de sua fidelidade.
• Romanos 15:3: Paulo aplica Salmos 69:9 a Cristo, mostrando que Ele não buscou agradar a si mesmo, mas suportou os insultos por amor a Deus e a nós.
Sua Traição (Salmos 41:9; Lucas 22:48): O Amigo que Trai
• Salmos 41:9: "Até o meu melhor amigo, em quem eu confiava e que partilhava do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar." Este salmo de Davi encontra seu cumprimento doloroso na traição de Judas Iscariotes, um dos discípulos mais íntimos de Jesus.
• Lucas 22:48: Jesus confronta Judas com a amargura da traição: "Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?"
Sua Ressurreição (Salmos 16:10; Atos 13:33-36): A Vitória sobre a Morte
• Salmos 16:10: "Pois não deixarás a minha alma no Sheol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção." Este salmo expressa a confiança do justo na preservação da vida além da morte. Profeticamente, aponta para a ressurreição do Messias, cujo corpo não veria a corrupção.
• Atos 13:33-36: Paulo, em seu discurso em Antioquia, aplica Salmos 16:10 à ressurreição de Jesus, mostrando que Deus cumpriu esta promessa ao levantar Jesus dos mortos.
Sua Ascensão (Salmos 68:18; Efésios 4:8): Exaltado à Glória
• Salmos 68:18: "Subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro; recebeste dons para os homens, até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles." Este salmo celebra a ascensão de Deus ao seu santuário, levando cativos e distribuindo dons.
• Efésios 4:8: Paulo aplica este salmo à ascensão de Cristo, mostrando que, ao subir ao alto, Ele levou cativo o cativeiro (o pecado e a morte) e concedeu dons espirituais à sua Igreja.
Veja também
Pregação sobre Responsabilidades do Cristão
Pregação sobre Caminhar Com Cristo Efésios 4:1 – 6:24
Pregação sobre Princípios para uma Vida Cristã Plena
Conclusão:
Ao contemplarmos estas profecias do Antigo Testamento, vemos a mão soberana de Deus guiando a história e revelando os múltiplos aspectos da pessoa e da obra do Messias, Jesus Cristo. Sua humanidade, filiação divina, divindade, santidade, sacerdócio, obediência, sofrimento, traição, ressurreição e ascensão foram preditos séculos antes de seu nascimento. Que esta compreensão profunda da identidade de Jesus fortaleça nossa fé e nos encha de gratidão por aquele que cumpriu todas as promessas de Deus em favor da nossa salvação. Amém.
